No delírio da febre, via borboletas sobrevoando o quarto. Azuis, almiscaradas, batiam as esparsas asas tão delicadamente que pareciam planar em câmera lenta. No escuro, elas brilhavam com uma fosforecência irreal, contrastando pesadamente com a cor da parede opaca verde-oliva. Virou para o lado. Tentava dormir.
Na manhã seguinte, recuperada de seu estado febril, procurava as borboletas; "Estariam dentro do armário, junto aos esqueletos?", "Talvez na estante, atrás de alguns livros?"
Podia sentir a presença delas no quarto, mesmo sem vê-las. Elas estavam ali, cortando o ar e desafiando a gravidade a cada vôo rasante. Era isso que importava. Não queria perder essa sensação. Não queria perdê-las, ainda assim, abriu a janela.
Na manhã seguinte, recuperada de seu estado febril, procurava as borboletas; "Estariam dentro do armário, junto aos esqueletos?", "Talvez na estante, atrás de alguns livros?"
Podia sentir a presença delas no quarto, mesmo sem vê-las. Elas estavam ali, cortando o ar e desafiando a gravidade a cada vôo rasante. Era isso que importava. Não queria perder essa sensação. Não queria perdê-las, ainda assim, abriu a janela.