sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Resgate

Lembrei de uma aula de "Comunicação e Literatura" que tive na faculdade. Inicialmente, pelo nome, pensei que iria rever a boa literatura do velho segundo grau, composta por um breve passeio pelos clássicos gêneros literários e seus autores mais importantes. Destacariam-se novamente figuras como Álvares de Azevedo, Oswald de Andrade, Machado de Assis e Clarice Lispector? "Seria bom rever tudo isso" - pensava.

Ledo engano.

A aula parecia mais um "Teoria da Comunicação II e meio", fato, a princípio, que não me agradou muito. Estavam lá, novamente, a figura do flâneur, do dândi, o Baudelaire e a Modernidade.
E o que parecia ser uma chata continuação acabou se tornando uma excelente aula.

Um dos temas discutidos em sala era sobre a variação do papel do escritor.
Afinal, por que eu escrevo? Pra quem eu escrevo? "Eu canto para quem?"

Escrever é lembrar. Escrever é memória e registro.
Escrever é criar com ampla liberdade.
Escrever é entreter, às vezes.
Escrever é parcial, SEMPRE.
Escrever é recontar tudo como EU quero. Escrever é para pessoas mimadas.
Escrever é arte aberta, abre espaço para quaisquer interpretações.
Escrever é resgate e reinvento.
Escrever é possibilidade. É a criação do meu mundo real.